Há quem diga que no Brasil as coisas só acontecem após o carnaval. De fato, os primeiros efeitos da pandemia do coronavírus na bolsa brasileira só foram sentidos no primeiro pregão após o feriado, em 26 de fevereiro de 2020. Naquela data, o Ibovespa, principal índice de ações da B3, caiu 7% e deu o pontapé inicial para a sequência de baixas que faria o indicador fechar o mês seguinte com uma queda histórica de 29,9%, aos 73.019,80 pontos.
E não foi só o Ibov que teve seu desempenho afetado. A maior crise sanitária da história recente da humanidade puxou para baixo a performance dos fundos imobiliários e até da renda fixa pós-fixada, que sofreu com os cortes na Selic, taxa básica de juros da economia, atualmente em 2%. As exceções foram as moedas fortes e os metais, que dispararam mais de 30% com os investidores buscando maior proteção em meio a um cenário de tanta incerteza.
Com o início ‘extraoficial’ do ano de 2021 após este feriado carnavalesco diferente (a Bolsa só volta na quarta-feira, às 13 horas), os investidores têm de ficar atentos, já que o cenário para as diversas classes de ativos pode mudar. Aliás, balancear o risco é uma das grandes lições de investimentos que a crise do coronavírus deixou.
“A experiência recente com o coronavírus nos leva a dar mais importância à administração de risco do que a busca por rentabilidade, até porque esses ‘cisnes negros’ estão voando por aí . Temos que estar preparados para esses riscos inimagináveis, mas que podem acontecer”, afirma Luiz Fernando Carvalho, estrategista da Ativa Investimentos. “Esse é o grande aprendizado, para quem não tinha.”
Em relação aos metais, como era de se esperar, também foram um dos protagonistas durante a crise. Considerado ‘reserva de valor’, ou seja, pouco sujeito à desvalorização já que é um recurso escasso, a pedra dourada foi amplamente buscada por investidores que queriam preservar o poder de compra.
“As moedas podem se apreciar ou depreciar conforme as emissões, mas 01 grama de ouro sempre será 01 grama de ouro”, avalia Carvalho. Segundo o estrategista da Ativa, a demanda pelo ouro e até por outros metais, como a prata, deve continuar durante os próximos meses. “Ouro e prata são reservas de valor que superam qualquer crise. Em toda a história da humanidade, você vê quem preservou fortunas, conseguiu isso com ativos reais, como os metais. Acredito que pode continuar se valorizando.”
Apesar do salto em 2020, a valorização das moedas em 2021 vai depender principalmente do cenário político no Brasil. “Se no âmbito político as reformas estruturais não forem endereçadas, o mercado vai entender que a questão está sem solução e o real pode se depreciar ainda mais”. (fonte)
E como no Brasil, a prata física é importada, além de sua valorização natural, acaba incorporando a proteção da desvalorização corrente do Real frente às moedas fortes, como o US$. A valorização da prata já alcançou mais de 507% em US$ nos últimos 20 anos, sem contar a desvalorização do Real. Houve um período, aliás, em que 1 real valia mais do que 1 dólar. Nessa época, entre julho de 1994 a junho de 1996, o Banco Central comprava ou vendia a moeda americana para manter o câmbio fixo, numa tentativa de estabilizar a cotação, enquanto o modelo econômico ainda engatinhava. A partir de 1999, o governo federal adotou o câmbio flutuante, sem mais interferência direta do Banco Central para manter a cotação. Desde então, a desvalorização adicional de nossa moeda frete ao US$ está na casa dos 540%. Se você acha que a desvalorização do Real vai parar por aí, é melhor repensar sua estratégia de reserva de valor. Parece que ter um punhado de dinheiro físico prateado pode ser um bom pé de meia para o futuro não?
Proteja suas economias em prata física, antes que ela fique ainda mais cara!