Organizações criminosas substituem bancos na Itália, enquanto a Grécia ressuscita o escambo e Portugal e Espanha ampliam a informalidade
Na Itália, a Máfia ocupa o espaço deixado por bancos – que hesitam em voltar a emprestar – e fornece créditos a empresários. Na Grécia, associações criam moedas paralelas ao euro, enquanto em Portugal a informalidade explode .
Segundo um levantamento realizado pela organização italiana SOS Impresa, com sede em Palermo, os diferentes grupos mafiosos italianos movimentam hoje cerca de 140 bilhões na economia local.
“Com uma liquidez de 65 bilhões, a realidade é que a Máfia se transformou no maior banco da Itália“, estima a instituição, criada para denunciar as práticas mafiosas de grupos criminosos.
De acordo com a entidade, antes mesmo da crise iniciada em 2008, após a quebra do banco americano Lehman Brothers, os grupos como Cosa Nostra, Camorra e ‘Ndrangheta controlavam 7% do Produto Interno Bruto (PIB) italiano.
O problema é que, com a chegada da crise e a decisão dos bancos tradicionais de fechar suas torneiras, pequenos empresários estão numa situação de fragilidade, o que permite à Máfia desembarcar oferecendo créditos e ajuda, em troca de favores e do silêncio absoluto dos envolvidos.
Escambo
Se na Itália a crise se traduz no fortalecimento de grupos criminosos, na Grécia o fenômeno da economia subterrânea ganha outra dimensão.
Algumas cidades decidiram criar seus próprios mercados informais, enquanto outros grupos estabeleceram até mesmo moedas alternativas ao euro, para escapar ao fato de que muitas famílias simplesmente não têm o mesmo volume de dinheiro que há quatro anos.
Pela Grécia, existem pelo menos uma dúzia de esquemas alternativos criados por associações de bairro e pequenas cidades, para garantir o fornecimento de serviços e bens entre a população, sem necessariamente usar a moeda única europeia.
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