De acordo com os números do “World Silver Survey- 2016”, relatório anual publicado pela Silver Institute, os americanos passaram a ser os que mais investem em prata física no mundo, atualmente.
Esta notícia acabou sendo uma revelação, uma vez que a Índia, há alguns anos vinha liderando as estatísticas no segmento das barras de prata.
Por exemplo, investidores na Índia adquiriram, em 2008, mais de 100 milhões de onças (Moz) do total de 125 milhões (em barras) no mundo todo. Considerando, claro, que o mercado de barras representa apenas uma parte do mercado total de prata física. Há também a ser considerado o relatório do “Global Coin Demand”.
Se olharmos o gráfico do ano de 2015, a Índia continua na posição de maior investidor de prata física do mundo:
A índia adquiriu 82,5 Moz (milhões de onças) em barras de prata física em 2015, enquanto os EUA apareciam em segundo lugar, com 51,8 Moz negociados, seguidos pela Europa, com 12,7 e a China, com 3,8.
Porém, ainda em 2015, os EUA deram um salto nas estatísticas depois de serem incluídas no relatório negociações feitas também com moedas de prata. Dessa forma, se incluídas as compras de moedas, os Estados Unidos passam a liderar o ranking dos investimentos em prata física no mundo.
Em 2015, a Casa da Moeda Americana (US Mint) negociava 48,6 milhões de onças de moedas oficiais enquanto a Índia aparecia em quinto lugar, com 8,9 Moz negociados.
Se adicionarmos as negociações feitas em barras de prata, os EUA aparecem então em primeiro lugar no mundo, com 100,4 Moz, seguido da Índia, com 91,4. Os outros países representam os 100,5 restantes de todo o volume de prata física negociado no mundo (292,3 milhões de onças).
Não é possível detalhar qual a demanda para outros países, pois não existem dados concretos para isso. Contudo, o World Silver Survey chega a ser mais confiável que o próprio “Silver Year Book”, relatório do CPM Group, instituição que analisa o mercado mundial de investimentos.
Fica difícil dizer, por exemplo, quantas “American Eagles” vão parar nas mãos de estrangeiros, assim como quantas “Canadian Maples” ou “Australian Kangaroos” entram nos EUA. Os dados são imprecisos.
Mas com relação à Índia, podemos deduzir que a maioria esmagadora das moedas oficiais do país são compradas dentro do seu próprio território.
Além disso, mesmo a estatística dos 100,4 Moz adquiridos pelos EUA ainda tende a ser “conservadora”. A razão disso é que os americanos devem comprar muito mais moedas oficiais estrangeiras do que o volume de moedas americanas que sai do país, lembrando que eles estão isentos da vat-tax (imposto sobre valor agregado).
O que há de interessante, também, nestes dados, é que a China encontra-se quatro posições atrás da Europa, na demanda por barras de prata. Mesmo considerando que os chineses ficam com toda produção nacional de moedas oficiais (10,7 Moz em 2015), a demanda total por barras e moedas de prata não ultrapassa os 14,5 Moz (2015).
Por fim, de acordo com o relatório de 2016, da World Silver Survey, os investidores da Índia adquiriram suas barras de prata física mais como um investimento a curto prazo, aproveitando os baixos preços no período, ou mesmo algumas vantagens em comparação ao mercado de futuros, enquanto que americanos apostaram mais em construir estoque para longo prazo.
O que nos diz que, enquanto os chineses são os maiores investidores em ouro, americanos detém, atualmente, a maior fatia no mercado de prata física.
No Brasil o investimento em prata é crescente. E cada vez maior a quantidade de investidores que reservam uma parte de suas economias em dinheiro sólido, como a prata física.